Anos Dourados...
Ah! os anos dourados que bom foi poder vivê-los!
Tempo de grandes magias, com um jeito inocente de viver.
Ao mesmo tempo uma explosão da juventude em seus conceitos
Queríamos a tão sonhada liberdade,pois era difícil ver os nossos amigos “sumirem”.
A ditadura reinava, não podíamos votar e nem sequer falar sobre política.
Lembro-me de mamãe fechando portas e janelas quando meu pai e meu tio discutiam
Sobre a tão dura ditadura no Brasil,pois haviam delatores sempre à escuta que denunciavam
Ou se era preso,torturado ou morto pelo DOI-CODI.
Mas tínhamos tantos sonhos e era muito bom termos aqueles bandos de amigos, sentar na calçada e ficar conversando até as 22.00 horas.
Os bailinhos eram feitos nas garagens de casa, mas nem sempre os nossos pais deixavam, colocavam limites em tudo, o que era muito bom, éramos educados e preparados para vida.
Carros bem poucos os tinham,lembro-me que meu vizinho tinha um SINCA CHAMBORD e quando alguém da rua ficava doente ele socorria se não, usávamos o transporte coletivo e lotação.
Andar à pé era um hábito saudável e necessário,íamos conversando e como passava rápido a caminhada.
Fazer compras era no MAPPIN,CLIPPER ou na SEARS, um acontecimento!,era maravilhoso ir tomar um chá no MAPPIN, como era chique ir com um tailler e sapato alto ao centro da cidade.
No cabelo o famoso laquê, Bom-Bril pra deixar mais alto o cabelo, e também o chamado modelo ninho...
Nos olhos o lápis fazendo um rabo de gato, ficava bárbaro!
Televisão era a TV TUPI e como bem poucos tinham a televisão, se assistia na casa da vizinha comendo MANDIOPAN e vendo as lutas livres aos sábados.
Aos domingos íamos à missa, comíamos macarronada, com frango e maionese e à tarde nos reuníamos com a turma para ir às matinês no cinema do bairro para assistir um bom filme com a turma,chupar um drops Dulcora de hortelã, Mentex, chicletes Adans ou comer um Diamante Negro.
Como foi bom ter vivenciado esta época dos anos dourados, música era música,família era família pudemos ser todos muito bem educados, respeitar os mais velhos, saber o que é caráter e os valores éticos e morais e poder ter passado aos nossos filhos os mesmos valores.
Que pena me dá desta juventude de hoje que não sabem sequer se respeitarem...