SAUDADE À FLOR DA PELE

Abra tua janela, entre pela minha.
Sinta na pele a melodia das palavras
Que cantam saudade, saudade...
Deixe que as músicas falem
O que calam nossas bocas.
Deixe que o sim seja permissivo ao amor
Quando eu te perguntar se me deseja beijar,
Diga em bom tom que SIM!
Minta para mim, por favor, amor.
Quando eu te perguntar se estou bem
Levante os olhos para mim,
Olhe-me, veja-me, beija-me.
Não cale o confessar do meu belo para ti.
Cante em minha janela...
Deixe que o som das tuas músicas me acorde
Deixe que eu viaje nelas,
Porque eu,
Eu te canto
Eu te imanto,
Eu te atraio com meus olhos mendigos.
Deixe que as músicas falem,
Elas emprestam palavras sonoras
Todas de verdade que não ousamos viver.
Se te incomoda, não canto, não falo... não sou eu
É outro poeta, outro colibri,
Que insiste nessa cantilena,
De sempre cantar e se encantar
Ao ver por mim teus pêlos, teus cabelos
Que me fazem mergulhar,
De olhos fechados,
Em vôo parado, nos teus lábios. 

Para meu escultor, pintor e cantor
 

Ilustração: Gustav Klimt - Beethoven Frieze
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 16/12/2006
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T320046
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