Janela
Pela janela vejo a noite cair,
E o dia chegar...
Observo a mãe preocupada,
O filho ingrato, pela janela...
Pela janela eu vejo o aflorar,
O romantismo, o inocente olhar.
Pela janela eu vejo,
Vejo além de tudo, de todos,
Só pela janela eu vejo!
Eu vejo cabelos esvoaçantes,
Vejo a beleza do mar, eu vejo.
Pela janela um olhar de arrependimento,
De dor, de “contentamento”, eu vejo
Pela janela, é só olhar...
Pela janela eu vejo a lágrima,
o ressentimento, o sofrimento pela dor de amar,
Vejo no caminhar das pessoas, o desânimo,
Como meras folhas secas do outono,
Fracas, sem vontade de continuar...
Pela janela eu vejo as rugas,
As marcas que o tempo deixou,
Vejo os sorrisos de amor...
Pela janela eu vejo o suspiro último,
A mão calejada, pela janela eu vejo...
Vejo pela janela a beleza se esvair
Das garotas bonitas pra quem um dia sorri...
Vejo o dia chegar... aos poucos,
O dia em que ela não será mais minha,
Será do próximo que chegar,
O dia em que a janela não será mais meu lugar!