SAUDADE, FULANO...
E não deixemos ficar no esquecimento
A partida não é só um ato, um momento
É uma mudança de estado emocional
Não é só um afastamento corporal
E muito menos uma atitude impessoal
É o desenlace do encontro cordial
E quem parte corta o cordão umbilical
Partindo o nosso coração ao meio
Acertando ele em cheio, sem receio
Ficando somente o devaneio
De lembranças no pensamento que floreio
Saudade não é algo que trapaceio
Saudade não dá pra quantificar
E muito menos explicar
E se pudéssemos comparar
É semelhante a uma dor estomacal
Dor constante, lá dentro, descomunal
Lembrando-me de uma saudade abissal
Do abraço, do aperto de mão samaritano
Relações humanas do nosso cotidiano
E o mais importante, o calor humano
Saudade parte o coração dos que ficam
E, mesmo separados por um oceano
O sentimento que nos une é soberano
E não custa nada um interurbano
Para então proferir sem engano:
“Que saudade de você, preclaro fulano.”
PS: Esta foi a nossa singela contribuição (minha e do Davih) em atendimento ao convite feito pelo poeta Arqueirorj para participarmos de uma composição em conjunto, da mais longa Poesia Recantista, denominada “MUITAS PARTES”. Na página do autor o convite está aberto a todo mundo, pois a idéia desta poesia é nunca se findar.