O Sino Soou
o SINO ao longe bateu
seus badalos despertam no poeta lembranças de outros sinos
este de agora convida os fiéis para a missa
soou lá na capela distante
outro longe no tempo
são ecos que ficaram registrados na mente
na minha ao menos
trazem cenas que em mim se perpetuaram
porções como borbolhas que à tona vem
emergem do oceano de coisas passadas
funeral de minha avó:
o féretro à frente
eu no meio seguindo lições deixadas
e o sino atrás a badalar
outro mais longe também ecoa
o motivo já se apagou
chega só a música retumbante
... e eu perdido na dimensão
era eu criança em carne
segundo
ou um anjo descarnado
o terceiro
L.L. Bcena, 06/02/2000
POEMA 348 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.