No fim do horizonte
Lá no fim do horizonte, lá bem além de tudo,
Onde só se chega em pensamentos
Por que as estradas são infinitas espirais,
Lá onde o pensamento se confunde com o eco
Lamuriante de um gemido que a alma chora
Entristecida como se a dor de ontem fosse sempre,
Nesse horizonte de lembranças perdidas
Em que as lágrimas se fazem palavras
Por que as palavras se fazem tão pouco
Como se elas não bastassem para falar de dor
Por que as feridas permanecem chagas vivas
E palavras não traduzem a dor da alma,
Assim ela busca abrigo nesse horizonte distante
Onde nunca aconteceu nenhuma história.
Onde a tristeza pode lapidar-se imaculada
E tão pura que até a saudade se torna corpo
Limpido, denso com gosto de solidão.
É nesse horizonte que meus pensamentos
Se encontram quando todos me acham perdido
É este horizonte que costumo nomear de: EU