Estigmas da Saudade

Adormeço no pátio da ternura

E sou amordaçado por um carinho fugaz..

Há em mim um templo em que jamais

Orou-se ao amor de forma tão pura...

Nos degraus que dão acesso ao púlpito

Há gotas de sangue que simbolizam a saudade...

Foi a nostalgia pisoteada por uma nefasta maldade

Que remoeu ciúmes até perecer de súbito...

Nas paredes brancas carcomidas pelo tempo

A fuligem se guarda do assédio dos ventos

E teias de poeira à minha sensibilidade arranha...

No arcaico assento onde abandonei meu último pranto

Reencontrei minha saudade pálida de espanto

Pelo eco sussurrado por uma volúpia estranha!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 20/08/2011
Código do texto: T3171694
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