" O Bonde"
O BONDE
Lembrei-me agora
Da rua da minha infância.
Do bonde “gingando”,
De estribos pongados
Por garotos “pingentes”,
Que desciam, subiam,
Fugiam
Ao ouvirem,
O tal “faz favor”
De luso sotaque
Do “Seu condutor”!
Ah! Esse “bonde poesia”,
Mareante Ponta d’Areia,
Que longe, distante,
Na outra ponta da linha,
Bastava abaixar-se ao ponto,
De “ouvir conselho dos trilhos”
Pra ter-se certeza que vinha....
Ah! Esse bonde atrasado
Em seu caminhar rotineiro,
Poucas cargas no reboque,
Estudantes sem dinheiro,
Moçoilas sem retoque,
Fingindo ver-se no espelho...
No “comando do elétrico”,
Simpático, “hospitaleiro”,
O “motorneiro” sorridente
De “refinado” bigode
Bate o pé no sinaleiro,
Pro aviso costumeiro
Aos supostos passageiros,
Que se cheguem “em tempo hábil”,
Porque “tempo é dinheiro!”
E o ganho nunca é fácil!!
( Inspirado em um poema de julho de 64 ).
Modificado (em 16.01.2008 )
Ronaldo Trigueiros Lima