SOLIDÃO

Alimento-me de minha solidão

sou girassol sem sol,

sou passatempo que não passa

sou catavento sem vento

Alimento-me de minha solidão

sou flor que nasce no cais

sou fruto sem semente

sou pai que arruma a cama do filho que já morreu

Alimento-me de minha solidão

sou violão sem corda

sou tambor que não toca, nem se deixa ser tocado

Alimento-me de minha solidão

fui rio sem janeiro, fui todo seu...

fui por esta estrada triste, sem linhas na mão...

FREITAS, Christiano Abelardo Fagundes. O verso e o avesso do bordado . Editora Grafimar. Campos dos Goytacazes.2010.

CHRISTIANO FAGUNDES
Enviado por CHRISTIANO FAGUNDES em 07/08/2011
Reeditado em 30/08/2011
Código do texto: T3145429