SOLIDÃO
Alimento-me de minha solidão
sou girassol sem sol,
sou passatempo que não passa
sou catavento sem vento
Alimento-me de minha solidão
sou flor que nasce no cais
sou fruto sem semente
sou pai que arruma a cama do filho que já morreu
Alimento-me de minha solidão
sou violão sem corda
sou tambor que não toca, nem se deixa ser tocado
Alimento-me de minha solidão
fui rio sem janeiro, fui todo seu...
fui por esta estrada triste, sem linhas na mão...
FREITAS, Christiano Abelardo Fagundes. O verso e o avesso do bordado . Editora Grafimar. Campos dos Goytacazes.2010.