AMOR DE CONVENIÊNCIA


A mesma chave se move lentamente 

Na velha fechadura, quase chegando a emperrar
Pouco barulho se ouve ao entrar
De tão breve que se há de sair

... tanta saudade que há de deixar...
Esquece-se do verão e das peônias
É outono outra vez
E é amor outra vez!
O vento bate de mansinho no rosto de traços ligeiros 
O cheiro do corpo pequeno, é singelo
Palavras poucas, pouca ilusão, 
Esquece-se dos rancores, das dores, a ausência de outros amores

O desejo mata toda fome
Consuma-se e tudo é leve

Dá-se adeus ou até breve?
Anda devagar e não olha para trás,
Desaparece no vazio de seus passos.

Carmen Locatelli
Enviado por Carmen Locatelli em 03/08/2011
Reeditado em 12/03/2023
Código do texto: T3136758
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