Sol sobre as flores de plástico

As nuvens ainda percorrem este céu,

enquanto eu tento encontrar o culpado.

De quem roubara teu sorriso,

e deixara-me no mundo com este fardo.

Não importa quantos dias passem,

e nem importa também se parassem.

O que eu realmente queria é que voltassem.

Enquanto a maldade multiplica-se na terra

é você que não está mais nela.

Tu és quem não muda de endereço,

e escrever isto pra ti, não tem preço.

Creio que agora não há mais tormento,

estás longe para sentir meu sofrimento.

Eu grito com a boca fechada,

mas minha voz nunca é calada.

E se eu soubesses onde moras,

teu corpo lá está,

mas para aonde levaram-te tuas botas?

E esta é minha dor do mundo,

no grito mais alto que de mim sai

e o tempo não irá apagar

o amor que tenho por ti, pai.