DE REPENTE...

De repente...

Me pego perdido em tua lembrança

Batidas latentes e olhando à distância

Soluço em silêncio pensando em ti

De repente...

Do nada, tudo te torna ausente

E um filme descortinando na mente

Os doces dias de um passado recente

De repente...

Ficaram ao longo da vida os pedaços

Os medos, primeiras letras e os primeiros passos

Sepultando minhas histórias e teus segredos

De repente ...

Te encontro, caminhas comigo

Lugares estranhos, floridos caminhos

Acordo em soluços, ainda sozinho

De repente...

No mate, no quieto trago espichado

Comigo sorvendo te sinto ao meu lado

Contigo converso em silêncio, calado

De repente...

Uma música, uma frase, um dito

Lembro e me consolo quando repito

E assim amenizo a falta do colo

De repente ...

Os detalhes da tua “passagem”

Espinha implacável em mim a ferida

Do adeus sem aceno da tua partida

De repente ...

As mãos quentes que já foram o berço

seguraram o terço, afagaram meu rosto

Murcharam tão frias numa noite de agosto

De repente...

O encontro que me fez sempre crente

Que em outra dimensão te veja presente

Mesmo que não logo, mas que seja de repente

Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 25/07/2011
Código do texto: T3118031
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