TAPERA VELHA
Se avista ao longe lá do estradão
Resto de saudade é o que lá mora
Até os pássaros cantam a solidão
Tapera velha a ausência eterna chora
Era casa de barro coberta de capim
Na chaminé, fumaça que a taipa esquentava
Hoje não existe a família de nhô Joaquim
O qual na casinha antiga ali morava
Só existem pedaços jogados pelo chão
Daquela casa que algum dia era
Também ficou ali a chapa do fogão
Quanta saudade ao olhar a velha tapera
Meu coração chora a tristeza quando passa
Já da beira da estrada de distante se avista
Não há cheiro de comida nem na chaminé fumaça
Nem existe a família para fazer uma visita
Só restam lembranças do que um dia foi
Já não vejo por fora a dona Senhorinha
A qual tocava já cedo a vaca e o boi
E tratava os porcos os cachorros e as galinhas
Não existe mais o rancho com aconchego
Nem sei mesmo o paradeiro desta gente
Ali quanta alegria paz e o sossego
Só existe a tapera que saudade o coração sente
Saudades e lembranças são o que lá mora
O chão falasse contaria a sua história
Só me resta eternas recordações agora
Tapera velha doces lembranças na memória