O Prelúdio do Latente
São milhares de olhos famintos
Se escondendo na escuridão densa da noite,
Onde o silencio é a voz que não cala,
E eu por hora fito o vazio com pés descalços no chão da sala,
E não há sono, tampouco há o que fazer,
Mas há desespero,
Desespero por não ter...
E ainda que não grite,
Há à presença da serpente rastejante de escamas preto-e-branco
Branco como o lençol vazio na cama,
Negro como a cor que a saudade tem.
E na eloquência do prelúdio, que se inicia no romper da aurora.
E da noite onde o sono não visita em insistência, mas em parcela.
Acordo com a sua voz a sussurar no meu ouvido
Implorando amor comigo
Me chamando de " meu bem ".