Onde estará agora?
Revivendo 2003, minha alma se calou em determinados momentos. Meus lábios amordaçados, inertes, alheios, agonizam a dor de uma saudade. Me vi órfão da alegria contagiante, da beleza que encantava pelo simples fato de existir. Era um anjo que vivia em constante estado de graça.
A saudade dói demais. Por mais que eu finja, não consigo me desvencilhar de suas lembranças, que alimentam meus sonhos e anseios. Onde estará agora? O anjo que partiu sem se despedir, foi cruel. Minhas lágrimas não se cansam de rolar sobre a face e despenca feito tempestade, espalhando sofrimento por onde passa.
Minha dor é cada vez maior. A doçura do olhar que irradiava luz, gerando paz e amor, se apagou e perdeu o brilho. A ternura do toque que acarinhava se emudeceu. Era um anjo que reinava incondicionalmente.
Meus dias são horas, anos, séculos intermináveis. Eu só queria parar o tempo quando sorria de infinita felicidade ou acelerar o futuro para buscar o sorriso que tanto me fez feliz. Onde estás agora?
Homenagem a Mary Rose Euphrásio Tonbolato
Falecida em 2003