As cinzas e o vôo
Escrevi ébrio um poema sóbrio,
Só o corpo estava flácido
a alma ereta, rígida.
Feri a métrica, e a estética,
Só o anelo era lúcido,
Faltou tesão à veia, frígida.
Busquei atônito, um sonho anímico.
Fui ao passado ávido,
O presente era sôfrego.
A fuga trágica, ficou insípida,
Teu caminho se fez múltiplo,
E o meu ir, um andar trôpego.
Quisera entender a sorte,
como pode, que de longe acutile,
é como um vôo ficar no chão,
por causa de um vulcão no Chile.