SEIVA DERRAMADA

Acontece com a terra nos últimos cinquenta anos

Incontáveis desmatamentos que pude presenciar

Sempre em nome do progresso dos seres humanos

Que nestes versos com tristeza eu vou denunciar

Os privilegiados querem móveis de madeira de lei

Eles usam por um tempo e depois ficam enjoados

O mogno é extremamente precioso para eles eu sei

Em nome da vaidade eles vão sendo cortados

A belíssima floresta que da minha janela eu avistava

Em seu lugar foram criados favelas e condomínios

Quando era criança debaixo da sua sombra brincava

Nestas árvores que sofreram verdadeiros extermínios

Aquela linda arvore em frente daquela minha escola

Foi derrubada para no seu lugar fazer uma avenida

Hoje apenas é sua velha fotografia que me consola

Sumiram com as árvores da minha infância querida

A cada dia aumenta mais a produção de moto serra

Mas custará caro a seiva que por ela for derramada

Sem as úteis matas a vida no nosso planeta encerra

E assim a humanidade caminha na direção errada