Instrumentos da Luz

Pelo silencio,

Dançam as cortinas,

Exalam as flores aquele perfume

Perpetuo, ardente no zelo

Da noite caindo sem luar!

Do olhar em inquietude,

Desliza a bela, única como um pingente,

Onipresente em cada palavra

Dita na solidão do poeta em fulgor ,

Lidas etéreas alquimiando a saudade!

Por sobre o birô,

Os instrumentos da luz, dos guias,

Retratando pelo alvo quinhão

Preces da viva ferida latejante do tempo,

Escrevente do sentimento!

Entre as matizes violetas

Corpo, alma, breu e claridade

Fazem-se entrelace de unções

Alinhado entalhe por entalhe,

Feito escultura no papel de poetar!

De dentro vem à dor,

Introspecções mágicas colhendo

Das vias do destino,

Tudo que lábio plantou e regou

Com a obra do amor!

Auber Fioravante Júnior

23/06/2011

Porto Alegre - RS