Voltando ao Meu habitat
Vou deixar a capital de sociedade ingrata.
Vou viver com os selvagens lá pelo o seio da mata.
Banhar-me nas correntezas olhando o rio á cascata
Eu vou cantar serenata, pra Bicharada ia lua.
Ver cascavel assanhada , olhar a macaca nua
Que é melhor duque olhar as safadezas da rua.
Vou olhar á mãe da lua , cantar pertinho de mim,
Viver com peba e mocó, serelepe e guaxinin,
Cantar com as siriemas, Arremedar o japim.
Eu vou viver é assim , Escutando a cantilena,
De tudo que é animal; Dormir com brisa falena,
Ninado pelos carinhos da minha índia morena.
Na madrugada serena Vou escutar o japí .
Cantar para a linda iara, para caipora e saci.
Para esquecer as desgraças que já assisti aqui.
O meu sangue Macuchí, me irriga veia por veia Por isto é que eu sinto falta da passarada e da aldeia, Vou deixar a capital que é berço da vida ALHEIA
Da aldeia vou deixar á capital que é berço da vida ALHEIA.
Por isto é que sinto falta da passarada, da aldeia
Vou deixar a capital, Que é berço da vida alheia.
Eu faço uma Igara feia; e desço o rio de bubuia,
Converso na beira d’água, com o cabeça de cuia
Provando que ainda sou, membro da raça tapuia.
Se eu quiser vou á quicuia, Para ver hiena e IMPALA
Girafas do siringuete, E os leões de Mala mala.
As zebras do acongô, E os trigões de bengala.
Já resolvi de deixala, Minha linda Fortaleza.
Vou viver lá na Sibéria, Gozar daquela frieza,
Pois viver vida selvagem É toda minha grandeza.
Vou viver com uma tigreza de sangue Siberiano
Que vai me amar e ter, um filhote todo ano
Para mostrar tipo misto de fera com ser HUMANO.*****
“Autoria do poeta CANÁRIO BRANCO