Marinheiro revés
Não queria em nada pensar
Nem em ti, nem em nada
Para min seria um conforto
Evitar o eterno desgosto
Em viver aguçar
A velha mente estabanada
Que vive a imaginar
Um grande e movimentado porto
No louco vai-e-vem do atracar
De navios as suas ancoras a içar
Marinheiro em sua luta aventurada
Imaginação voltada ao desporto
Mais com certo contra gosto
Vira saboroso tira-gosto
E um farto sorriso enfeita seu rosto
Que da proa ou do convés
Mal se sustenta sobre os pés
Num movimento de revés
Tudo se resolve em um baile de agosto
Não se podendo imaginar
Satisfação estampada no rosto
Do marinheiro que não mais quer pensar no porto