Folhas Secas
Imóvel, quieto e frio.
O silêncio eternizou-se.
Aqui jaz o amor dos filhos;
O último outono chegou.
Era noite, e, o dia já vinha.
A aurora derradeira o aguardara.
A cadeira, o chapéu, a calçada;
Tudo estava em seu lugar – mas nada era igual.
Faltava um brilho;
Seu consciente era ébrio,
Repleto de recordações evasivas.
Estava carente de melancolias.
Por tanto tempo almejou isso;
Dar-se término ao ciclo.
Ensinar a última lição;
De que a vida deve ser vivida.
Agora estava em seu leito final.
Em harmonia bucólica partiu.
Deixou um terço de saudades;
Levou dois terços de saber.
Um legado herdado;
Constituído de cláusulas perenes.
Assim como folhas secas, caídas ao chão;
Sua lembrança adubará nossas vidas.