Folhas Secas

Imóvel, quieto e frio.

O silêncio eternizou-se.

Aqui jaz o amor dos filhos;

O último outono chegou.

Era noite, e, o dia já vinha.

A aurora derradeira o aguardara.

A cadeira, o chapéu, a calçada;

Tudo estava em seu lugar – mas nada era igual.

Faltava um brilho;

Seu consciente era ébrio,

Repleto de recordações evasivas.

Estava carente de melancolias.

Por tanto tempo almejou isso;

Dar-se término ao ciclo.

Ensinar a última lição;

De que a vida deve ser vivida.

Agora estava em seu leito final.

Em harmonia bucólica partiu.

Deixou um terço de saudades;

Levou dois terços de saber.

Um legado herdado;

Constituído de cláusulas perenes.

Assim como folhas secas, caídas ao chão;

Sua lembrança adubará nossas vidas.

Luiz Luz
Enviado por Luiz Luz em 19/06/2011
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