EU, UM VIOLÃO E A SAUDADE
Sentado, alta madrugada
Em minhas mãos um violão
Meu canto soa triste
Mesmo a voz aveludada
Deixa transparecer uma recordação
Agora estou como nunca viste
Não, não és a causa e sim o efeito
Em mim somente achou defeito
Por uns tempos me aceitou
Após o uso me descartou
Meu companheiro real
Por toda uma vida leal
Agora vejo com certeza
É o velho violão
Em tua esperteza
Quase me tiras o companheiro
Saudades tinha dele
Agora somos únicos eu e ele
No entanto, na verdade
Hoje nem sei se é saudade
Acho que me acostumei a ter
Apenas alguem ao meu lado
Não quero mais fazer assim acontecer
Pois realmente em realidade
Um violão e minha voz na sinceridade
Não me deixa de ti sentir saudade