LEMBRANÇAS DE MINHA AZEITONEIRA

LEMBRANÇAS DE MINHA AZEITONEIRA

Como eu poderia te esquecer minha bela azeitoneira!

Se a exuberância de teu verde não me sai da memória.

Se teu viço me trazia felicidade.

Se ainda escuto o acoite dos ventos em teus galhos frágeis.

Se ainda vejo os passarinhos a pular nos teus ramos.

A desfrutar da tua sombra maravilhosa.

Ainda ouço o canto do bem ti vi nas manhãs em festa.

O tremular das tuas folhas na hora do adeus.

Se ainda enxergo o correr da tua seiva no golpe certeiro do machado.

O espaço vazio por ti deixado.

O tombar do teu tronco no momento final.

Meu coração se fechou e a tristeza tomou conta de minha alma.

A tua ausência me traz ansiedade de tê-la junto a mim.

O meu coração sofre calado.

Confesso que não entrei em prantos, mas meus olhos cachoeiraram.

As lágrimas rolaram em meu rosto.

Naquele momento tu não entendias o porquê de tanta crueldade.

Se porventura tu pudesses falar, certamente dirias:

Que mal te fiz para me tratares com tanto desamor e sem piedade.

Dei sombra amiga.

Purifiquei o ar.

Amenizei o calor.

Embelezei os campos.

Enfrentei intempéries.

Lutei sem tréguas.

Dei abrigo aos animais, as aves, que nos meus galhos vinham gorjear.

Frutos eu não dei, porque ainda era uma criança quando fui arrebatada.

Mas Deus sabe de minha importância e certamente renascerei no Paraíso.

Para dar frutos saborosos para a ceia do Senhor.

E quem sabe Deus, um dia nós poderemos desfrutar deste convívio.

ChicoMesquita
Enviado por ChicoMesquita em 08/06/2011
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