A TRISTEZA DE ANINHA
Estou aqui,
Em frente à casa de Cora.
Minha alma canta,
Recorda e chora...
Se ela estivesse aqui
Ficaria escandalizada.
Sairia tal qual Cristo derribando as indulgências.
Faria uma outra revolução.
A situação das mulheres em nada se alterou,
Continuam escravas de si mesmas,
Dos homens de suas vidas:
Pai, irmãos, namorados, maridos, juízes...
Os filhos nos braços findam a juventude,
Nada mais querem da vida.
Usam a praça só para namorar,
Olhar os moços de nick.
A cidade, agora, só respira a sua resina,
Dela vivem, mas de Ana nada sabem
Senão uns poucos cortados versos;
Nada sabem da força da poetisa,
Nem da sua luta, nem da sua rebeldia,
Que foi muito mais que escritos.
Foram por ela quebrados tabus e paradigmas.
Se ela estivesse aqui,
Com suas mãos miúdas e enrugadas,
pediria: soltem os pés na estrada da vida!
E, com tristeza, Aninha concluiria:
Estas mulheres de agora, as novinhas,
São tão fraquinhas, tão ensimesmadas,
Não bordam, não criam os filhos,
Não fazem doces, não fazem versos...
Não ousam, se acomodaram...
Tudo olham e nada enxergam...
Que triste sina é essa, a das meninas.
Goiás Velho, 22/11/2006.
Estou aqui,
Em frente à casa de Cora.
Minha alma canta,
Recorda e chora...
Se ela estivesse aqui
Ficaria escandalizada.
Sairia tal qual Cristo derribando as indulgências.
Faria uma outra revolução.
A situação das mulheres em nada se alterou,
Continuam escravas de si mesmas,
Dos homens de suas vidas:
Pai, irmãos, namorados, maridos, juízes...
Os filhos nos braços findam a juventude,
Nada mais querem da vida.
Usam a praça só para namorar,
Olhar os moços de nick.
A cidade, agora, só respira a sua resina,
Dela vivem, mas de Ana nada sabem
Senão uns poucos cortados versos;
Nada sabem da força da poetisa,
Nem da sua luta, nem da sua rebeldia,
Que foi muito mais que escritos.
Foram por ela quebrados tabus e paradigmas.
Se ela estivesse aqui,
Com suas mãos miúdas e enrugadas,
pediria: soltem os pés na estrada da vida!
E, com tristeza, Aninha concluiria:
Estas mulheres de agora, as novinhas,
São tão fraquinhas, tão ensimesmadas,
Não bordam, não criam os filhos,
Não fazem doces, não fazem versos...
Não ousam, se acomodaram...
Tudo olham e nada enxergam...
Que triste sina é essa, a das meninas.
Goiás Velho, 22/11/2006.