Quem Dera
Quem dera
Jorge Linhaça
Quem dera meu estro
voltasse fluente
em redondilhas
maiores, menores
Quem dera meu verso
desmetrificado
de novo encontrasse
o som da poesia
Quem dera o passado
Voltasse ao presente
e o peito cantasse
da vid'os louvores
Quem dera eu voltasse
no tempo e rasgasse
Minhas armadilhjas
Qu'alma me encobrem
Com'uma mortalha
pesada e profunda
Qu'afoga meu peito
Num lago de dores
Arandu, 5 de junho de 2011