Efêmero
Fogem de minhas mãos
o amor e o bem querer.
Parece que foi em vão
mas eu tento esquecer.
Fogem de minhas mãos
sonhos de mil pousadas.
Com o mesmo coração
nestas águas passadas.
Fogem de minhas mãos
vidas encerradas.
O sim e o não
e os degraus desta escada.
Fogem de minhas mãos
os olhares encantados.
Sinto o bater do coração
quando tudo é lembrado.
Fogem de minhas mãos
as flores desbotadas.
Até parece a solidão
e o sinal da sua chegada.
Fogem de minhas mãos
as partituras desenhadas
de uma linda canção
até hoje desejada.
Fogem de minhas mãos
os dias da mocidade.
Tão longe estão,
viraram saudade.