PRISIONEIRO DAS LEMBRANÇAS
Raios, trovões, tempestade!
Ondas se arremessando
contra os muros da saudade.
Existe apenas um barco
de sonhos, a deriva no mar,
que talvez possa me libertar,
dos meus anseios e tormentos.
Insensatos são os poemas
que eu escrevo agora,
onde meu sentimento
procura encontrar,
quem já foi embora.
Sou prisioneiro das lembranças
de tudo aquilo que sobrou,
dos sonhos, da esperança,
e daquilo que soçobrou.
Neste preciso instante,
como um infante,
de pueril alvitre,
que muito pouco conhece,
das nuances da vida lá fora,
mas que, no entanto, é sabedor
de que já passou da hora.