FÊMEA ARDENTE
FÊMEA ARDENTE
Despojada, como água nua
Sequiosa e indelével
Delicia a tortura desenhada em tua boca
Desejos escorrem em alucinadas ramificações...
No corpo, rio aceso de prazer
Fonte sonora de sede insana
Ancora o sentimento vulcânico da entrega
Labirinto frenético de ilusões...
Na pele, inteira arrepiada
Permanecem tatuados os beijos
Loucuras confessadas
Anseios ocultos sussurrados...
No ventre, alento quente e eloquente
Recebe a lua como ilustração de volúpia
Que cavalga e alimenta vontades
Reflexos de versos de amor...
No ardor desvairado do tato
O mel brota em gotas abrasadoras
Murmúrios em coro uníssono
Ecoam atravessando gemidos da noite...
Fêmea em chamas, afoga-se em suspiros.
Fulgurantes e constantes labaredas
Conduzem pedaços de paixão e deleite
Realizada, adormece enfim...
Márcia Mares