FÊMEA ARDENTE

FÊMEA ARDENTE

Despojada, como água nua

Sequiosa e indelével

Delicia a tortura desenhada em tua boca

Desejos escorrem em alucinadas ramificações...

No corpo, rio aceso de prazer

Fonte sonora de sede insana

Ancora o sentimento vulcânico da entrega

Labirinto frenético de ilusões...

Na pele, inteira arrepiada

Permanecem tatuados os beijos

Loucuras confessadas

Anseios ocultos sussurrados...

No ventre, alento quente e eloquente

Recebe a lua como ilustração de volúpia

Que cavalga e alimenta vontades

Reflexos de versos de amor...

No ardor desvairado do tato

O mel brota em gotas abrasadoras

Murmúrios em coro uníssono

Ecoam atravessando gemidos da noite...

Fêmea em chamas, afoga-se em suspiros.

Fulgurantes e constantes labaredas

Conduzem pedaços de paixão e deleite

Realizada, adormece enfim...

Márcia Mares

Márcia Mares
Enviado por Márcia Mares em 19/05/2011
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