REMINSCÊCIAS

Na cadeira de balanço

Vovô estava a embalar-se

E nos seus embalos

Lembranças iam surgindo

Dos velhos tempos, na roça

Abrindo suas picadas

Plantando a semente

Trabalhando com sua enxada

Quantos perigos meu Deus

Feras insetos e pragas

A malária era constante

E doenças mal diagnosticadas

O médico vinha de longe

Á cavalo ou de caminhão

Pousava pelas estradas

Ou então no barracão

As cirurgias iluminadas

Na lamparina sob a luz do luar

E depois do serviço concluído

Era um bom chimarrão saborear

Muitas lembranças sufocadas

De quando se ouvia de longe

O soar do berrante

Trazendo aquela boiada

A lenha a crepitar no fogo

O cheirinho do café

A cabocla formosa e bela

A dança do sara pé

Os saraus do entardecer

As longas conversas na varanda

Onde as crianças brincavam

E cantavam a ciranda

O tempo já se passou

Os anos não voltam mais

Porem ficou as lembranças

De uma vida bela mais

Edina Simionato
Enviado por Edina Simionato em 13/05/2011
Código do texto: T2967873