(Sócrates Di Lima)
Na tela um olhar que não me vê,
Um sorriso que eu não vejo,
Uma sensação extrema que não senti,
Quando a noite me recebeu com seu beijo.
Há no horizonte um caminho desenhado á mão,
Por onde viajam meus pensamentos,
Passageiro de mim sigo meu coração,
Que em versos esposo meus sentimentos.
Sou viajante das minhas proezas,
Pernoito ao relento na beira da minha estrada,
Cubro-me com o manto das minhas certezas,
Adormeço nos braços da noite enluarada.
E quando amanheço,
Exponho a Deus minha fé em verso,
Para que me mantenha no caminho que mereço,
Na minha harmonia com o universo.
Na tela da minha alma, pinto a alma dela,
No mural do meu coração desenho seu nome,
Pincelo os olhos de Maria no azul destacado na aquarela,
Sem me desvencilhar desta saudade que me consome.
Navegante, estou distante,
Numa viagem ao por do Sol,
E quando regressar deixarei de ser viajante,
Para ser residente na poesia e na alma do meu arrebol.
Na jornada levo os sonhos comigo,
O vento roça minha tez em desalinho,
Viajante de mim não corro nenhum perigo,
Sigo amando e amando retonarei pelo mesmo caminho.