Poema de um romântico
A última viagem que fiz
Era sintoma de saudade e amor
Com você fui aprendiz
Vontade de não sentir dor
Antídoto estranho no anoitecer
e uma dose de ardor
O silencio, meu companheiro
Se notícia de amor não há
Nem possuo mensageiro
Capaz dessa náusea matar
Imaginar-se na varanda
A ler Camões intrigante
Ou analisar Buarque e a Banda
Pois é mais um dia delirante
Sufoco-me na leitura
Constante febre, jovem e serena
Conseqüência da amável amargura
De uma pátria que não vale à pena.