Casa vazia

Casa vazia

De repente,tão de repente a casa ficou vazia

Parece que a morte entrou por ela

e fechou a porta e a janela

para guardar só as lembranças

Casa vazia,sem esperanças

Sem a voz da campainha e o sorriso da criança

que chegou surpreendente fazendo-me sentir gente

naquele mês de outubro

Casa que hoje descubro e vejo um vácuo imenso

Que ainda guarda os natais,vividos nos vendavais

entre abraços e beijos,e um carinho intenso

e recorda aniversários repletos de emoções e amor

e ouve a cnação do amigo sorrindo e chorando consigo

para não sentir a dor

E na parede o calendário que marca datas importantes

que fizeram de um instante um eterno e doce folguedo

Casa que era um brinquedo para o menino rapaz

que vinha todos os dias e a enchia de alegria

também de sonhos e de paz

Casa triste de saudade

Onde nasceu a amizade cultivada como uma flor

Que ainda tem o espelho com aquela moldura parda

onde o jovem sonhador,orgulhoso decepou

os primeiros fios da barba

Casa triste e bandonada

que guarda fotografias,o choro e a gargalhada

do menino homem que um dia aqui viveu

e que sonha acordada

não achando graça em nada

porque tudo se perdeu

Casa vazia que hoje acordou tão cedo

tão cheia de medo e de solidão

trancada por fora,por alguém que foi embora

Casa vazia...Meu coração.

Tony Caroll.

"Poema classificado no concurso Celito Medeiros no ano de 2004.Editora Sol vermelho."

Tony Caroll
Enviado por Tony Caroll em 28/04/2011
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