Um canto para Luzia



Um dia Luzia me pediu um canto
Um aconchego para esconder o medo
e sufocar o pranto.
Veio com os olhos inebriados,coração angustiado
e o medo de ser feliz.
Logo tão de repente -pensei,
Luzia faz parte da gente,
não era minha parente,
mas mesmo assim abriguei.
E Luzia ganhou casa,comida e roupa lavada
Terra fértil para plantar e alguém para conversar
E foi então se acostumando ao meu lado viver bem
Longe da grande cidade,do tumullto do vai e vem
Perto da natureza e de quem lhe tinha amor.
Passou aqui alguns natais,poucos carnavais,
participou da minha dor.
E comigo dialogava nas noites tristes de solidão.
E quando eu não tinha palavras
ouvia meu coração
Buscava compreender-me nas horas de agonia
Às vezes virava uma fera,
libertando-me do que me prendia.
Enfrentava a chuva e o vento
e soprava longe a garoa
e eu em meu pensamento
refletia e repetia-como Luzia era boa...
Mas um dia a tempestade
que é insana e apavora,caiu no nosso telhado,
e Luzia foi embora.


Tony Caroll
Enviado por Tony Caroll em 28/04/2011
Reeditado em 28/05/2011
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