A primeira vez...


Trago sempre comigo, certo sonho pueril
Aquele que em algumas tardes mornas
Agitava, qual vento doce a paz de meu coração.
O garoto que me olhava de soslaio pelo gradil
E deixava bilhetinhos na carteira da escola
Com desenhos e palavras coloridas de emoção.
Achando que seu anonimato fosse esconder
O nome de quem me amou a primeira vez.


Eu, em minha infantilidade repleta de pudor
Nada entendia do amor, uma flor ainda em botão
Sentia vergonha por estar assim, enamorada
E escondia a afeição que ameaçava florescer.
A insegurança deixou em suspenso a terna ilusão
E o silencio desarmou e afastou nosso querer.
Até hoje relembro este sentimento encantador
Meu saudoso ritual amoroso de iniciação.


-Helena Frontini-