Nesta Outra Cidade
Aqui, nesta outra cidade
Não existem serras nuas,
Verdes, se estendendo no horizonte;
Nem um céu tão limpo, de nuvens tão brancas
Formando tardes tão belas, mas tão belas
Que chegam ser divinais.
Aqui, nesta outra cidade,
Não tem aroma de mato!
De folha, flor e grama molhada;
Nada! Nem serenata ao anoitecer.
Onde estou agora, minha cela feia
De uma cadeia, sem ideais;
Não sinto harmonia com a natureza,
Com o que quer se seja,
Se aqui tanto faz.
A escola, que aqui estudo
Não é serena como a de lá;
O respeito que bem zelavam
Aqui mal sabem como zelar.
Que saudades de meus amigos
Que iguais não tenho eu cá;
Quanta lembrança de mil sorrisos
Aqui eu vivo a imaginar.
Nesta São Paulo, de véu cinzento
Meu lamento é lamentar;
Lamentante faz-me alento
Só saber que vou voltar.
Agora digo, que mais sinto
Saudades daquela gente:
É caminhar pela noite
Sob o luar diamantinense.
Pois aqui, mal sinto amores
Como as dores que tive lá;
Sampa advirto – Daqui eu fujo!
E lá retruco – Já vou voltar!