Aurora perdida
Como era bela a cidadezinha
Da Bahia, no interior,
As praças, as ruas pequenas
Cheias de vida, cheias de amor!
As noites que havia luar
A ciranda com a meninada,
Rosinha, o amor primeiro
Em minha pequena Encruzilhada!
Quantas saudades tenho
Da doce terra onde nasci,
De toda a minha infância,
Que Deus levou sobre si!
O jardim lá da pracinha
Onde cantava o sabiá,
As manhãs de minha terra,
Hoje, choro ao recordar!
Em minha aurora, um dia
Às sombras do velho ingazeiro,
Rosinha agarrou-me pelas mãos,
Depois, deu-me o beijo primeiro!
Meus verdes anos se foram
Oh! que doce lembrança,
Da bola de meia, na praça
Rolando macia... e eu criança!
(Esse foi o meu primeiro poema)
Encruzilhada-Bahia, 20 de outubro de 1982