Aurora perdida

Como era bela a cidadezinha

Da Bahia, no interior,

As praças, as ruas pequenas

Cheias de vida, cheias de amor!

As noites que havia luar

A ciranda com a meninada,

Rosinha, o amor primeiro

Em minha pequena Encruzilhada!

Quantas saudades tenho

Da doce terra onde nasci,

De toda a minha infância,

Que Deus levou sobre si!

O jardim lá da pracinha

Onde cantava o sabiá,

As manhãs de minha terra,

Hoje, choro ao recordar!

Em minha aurora, um dia

Às sombras do velho ingazeiro,

Rosinha agarrou-me pelas mãos,

Depois, deu-me o beijo primeiro!

Meus verdes anos se foram

Oh! que doce lembrança,

Da bola de meia, na praça

Rolando macia... e eu criança!

(Esse foi o meu primeiro poema)

Encruzilhada-Bahia, 20 de outubro de 1982

Roberval Andrade Carvalho
Enviado por Roberval Andrade Carvalho em 25/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2930599