Veladas vozes

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Algumas vozes

eu as perdi com o tempo:

a do meu filho

a do meu pai

a do meu avô.

Do meu filho, apenas o choro de dor;

do meu pai, a própria razão de viver;

do meu avô, as lições de vida.

Hoje todos dormem

E nos meus sonhos

eles me ajudam a caminhar.

Meu filho, que apenas vi chorar e sofrer,

agora me sorri, alegremente;

meu pai ainda me orienta,

dando-me broncas que me acalentam.

E do meu avô

ouço os versos livres e ingênuos...

versos de homem matuto

que viveu a vida amando,

dançando e prosando –

flertando a magia do viver,

aprimorando o coração sonhador.

Agora, em coro,

todos me avisam

que no derradeiro momento

estarão de braços abertos

a me esperar

Crato-CE, 24 de abril de 2011.

21h57min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 24/04/2011
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2928701
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