Lembranças...
Acaso não percebestes
a gravidade das palavras
que ao soarem docemente
da sua boca ao falá-las
impiedosas penetraram
firmemente em minh'alma?
Pouco mais que poucas letras
algo mais que expressões
como lanças afiadas
disponíveis seus arpões,
hoje habita livremente
em algum dos corações...
Eu quizera não crer nisto
e de tudo discordar,
fazer das letras, um riso
das palavras, caçoar.
Vescestes tu
fostes mais forte
ao fundo dos meus olhos, olhar.
Se é destino, ou sorte,
a certeza não posso dar.
A verdade é que hoje vivo
aprisionada em algum lugar
dentro de mim mesma
e longe da lucidez,
o meu "eu" deteriora
você o fez.
Hoje creio que as palavras
nada podem nos dizer
pois sozinhas nada são
a não ser que junto delas
bata forte um coração.
Como o teu, ou mesmo o meu
Como o meu,ou mesmo o teu.
Esforços sem vitória
seria renegar
a malícia das palavras
e a força de um olhar
antes da aproximação
de dois lábios ao tocar,
inexplicável sensação
que não posso desvendar.
Quando os olhos dizem tudo
e as palavras ficam mudas
sem a força da expressão
não há nada a dizer...
pois o que falta nas palavras
transborda no coração,
quando há o que nos atrai
mesmo sendo certa a separação.
O espaço que há entre nós
jamais separará
o sentimento que nos uniu
e as voltas que o mundo dá
nos ajuda a acreditar
que por mais que o tempo passe...
as lembranças são IMORTAIS
nem o vento
nem o mar
tem a capacidade de as apagar
pois...
eternamente irei lembrar.
Composta em 25 de janeiro de 2004 às 00:22 horas.