SAUDADE DA MINHA TERRA!

Quantas saudades sinto da minha terra.

Dos tempos de criança e adolescência

Da fazenda do vovô Vicente

Na beira da serra.

Da magia das noites de luar

Do esplendor do sol ao nascer

A beleza dos dias no seu entardecer

Colorindo de dourado dos distantes ares.

O mês de setembro achava o mais belo

No prenunciar da primavera e as arvores no florescer

A chuva que iniciava branqueando a serra

Umedecia a terra para os campos enverdecer.

O cantar dos pássaros nos laranjais do quintal

Todo aquele ritual de acasalamento

indicava o momento certo de construir seus ninhos.

O polvilho secava em cima do girau

Alvacento o dia todo ao sol.

O monjolo com seus movimentos repetitivos

Trabalhava dia e noite sozinho.

As folias de Reis nos trazia muita alegria

As fogueiras de São João, as quitandas

As broas de fubá e amendoim

Da vovó Lilia.

A fazenda do Nogueira tinha toda uma magia

Seus riachos de aguas cristalinas e piscinas naturais

Foi lá que aprendi a nadar ainda pequeno.

A fazenda do Vovô gerominho

A taperinha onde moramos lá na barra da prata

O sítio que compramos

Com extensa margen de represa

E belas matas.

As matas derrubadas e queimadas

O ranchinho de sapé

O trabalho árduo de sol a sol

Sempre com alegria, esperança e fé.

Delfinópolis, quantas lembranças!

Suas montanhas que te cerca

E serpenteiam sob o brilho da lua cheia

Chapadões a fora.

Meu coração padece

Meus olhos marejam

Quanta saudade sinto agora.

Pedro Ferreira Lima
Enviado por Pedro Ferreira Lima em 21/04/2011
Reeditado em 25/02/2014
Código do texto: T2922572
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