SAUDADE DA MINHA TERRA!
Quantas saudades sinto da minha terra.
Dos tempos de criança e adolescência
Da fazenda do vovô Vicente
Na beira da serra.
Da magia das noites de luar
Do esplendor do sol ao nascer
A beleza dos dias no seu entardecer
Colorindo de dourado dos distantes ares.
O mês de setembro achava o mais belo
No prenunciar da primavera e as arvores no florescer
A chuva que iniciava branqueando a serra
Umedecia a terra para os campos enverdecer.
O cantar dos pássaros nos laranjais do quintal
Todo aquele ritual de acasalamento
indicava o momento certo de construir seus ninhos.
O polvilho secava em cima do girau
Alvacento o dia todo ao sol.
O monjolo com seus movimentos repetitivos
Trabalhava dia e noite sozinho.
As folias de Reis nos trazia muita alegria
As fogueiras de São João, as quitandas
As broas de fubá e amendoim
Da vovó Lilia.
A fazenda do Nogueira tinha toda uma magia
Seus riachos de aguas cristalinas e piscinas naturais
Foi lá que aprendi a nadar ainda pequeno.
A fazenda do Vovô gerominho
A taperinha onde moramos lá na barra da prata
O sítio que compramos
Com extensa margen de represa
E belas matas.
As matas derrubadas e queimadas
O ranchinho de sapé
O trabalho árduo de sol a sol
Sempre com alegria, esperança e fé.
Delfinópolis, quantas lembranças!
Suas montanhas que te cerca
E serpenteiam sob o brilho da lua cheia
Chapadões a fora.
Meu coração padece
Meus olhos marejam
Quanta saudade sinto agora.