VENTRES DE AÇO
Deixei o cais com mala em punho,
Na mente um prumo:
Como antes nunca mais.
Na chaminé do navio
Lá ia enegrecida fumaça,
Deixando rastilho
Que no vento navegava.
Olhei mais uma vez
Para o monstro de aço,
E acho que até chorei
Pelo ventre que me abrigou.
Nunca os vi de novo
Mas nos sonhos sei...
Meus navios e meu mar...
Toda noite estão lá:
Amapá, Deodoro, Getúlio,
Quererá, Vidal, Jequitibá,
Morretes, Muriaé e Maracá...
Jurupema, Maruim e Japurá,
Maísa, Camocim e Guarujá,
Gurupá, Horta e Piquete...
Bagé, Pedreiras, Pirajuí,
E terminou por aí...