VENTRES DE AÇO

Deixei o cais com mala em punho,

Na mente um prumo:

Como antes nunca mais.

Na chaminé do navio

Lá ia enegrecida fumaça,

Deixando rastilho

Que no vento navegava.

Olhei mais uma vez

Para o monstro de aço,

E acho que até chorei

Pelo ventre que me abrigou.

Nunca os vi de novo

Mas nos sonhos sei...

Meus navios e meu mar...

Toda noite estão lá:

Amapá, Deodoro, Getúlio,

Quererá, Vidal, Jequitibá,

Morretes, Muriaé e Maracá...

Jurupema, Maruim e Japurá,

Maísa, Camocim e Guarujá,

Gurupá, Horta e Piquete...

Bagé, Pedreiras, Pirajuí,

E terminou por aí...

rub levy
Enviado por rub levy em 18/04/2011
Código do texto: T2916021
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