TRANÇA E TRAMA
Era noite. E era fria.
Desenganos. Vida sem magia,
Sem vontade, sem esperança...
Tomei o rumo do norte:
Um Homem faz a sua sorte.
Encontrei uma moça e sua trança.
Reconheci, de imediato,
Naquela moça de fino trato,
O reflexo de meu próprio ser.
Corriam horas ou segundos?
Falávamos de nossos mundos,
Suplicando falhasse o amanhecer.
A soma de duas tristezas –
Desconhecia do fado essas proezas –
Resulta por vezes alegria.
Em seus olhos divisei o remédio,
A cura pra angústia e pro tédio,
Solução pra dor que afligia.
Perfeita!!! Sem tirar nem por.
Fruta do mais doce sabor;
Força que submete a desgraça.
Mulher feita pr’um Homem audaz,
Que o eleva sempre um pouco mais.
Filhos da dor. Nobres na raça.
Mas ao Sul não se rende o Norte.
E daí até o dia de minha morte,
Vou sonhar com a moça e sua trança.
O moral que o destino escreveu?
Seja feliz com o que Deus lhe deu,
Não deseje o que a mão nunca alcança.