*** Quimeras Abstratas ***

***Quimeras Abstratas***

Anoitece...

lentamente o céu se enche de estrelas

o sono tarda... envolta na escuridão

me entrego a solidão,

sem medos!

ao vazio imenso da noite, de olhos abertos...É tarde! eu sei

de repente está alí, como a lua que surge,

encantando o meu mundo até então desabitado.

Como se estivesses à espera da noite...

do silencio maior

Lentamente!

ganhas espaço afugentando a solidão e iluminando as sombras

Tomas forma, estremeço ao ver teu rosto, teu sorriso e o brilho

que tens no olhar.

Quanto tempo!

quantas noites a te esperar na solidão adormeço...

Tomas minhas mãos, toco teu rosto tão amado!

Como chama se alastra, pelo meu corpo e me sinto

mergulhar!

nessa profunda calma que é tua presença.

Esqueço os pesadelos , me encontro te amando, extasiada deixo tomar

meus espaços formar laços...

Tomas meu corpo! me aqueces a alma e esquecemos o tempo

entre meus braços rejeitas o amanhecer, tentas reter as sombras da noite

a qualquer custo.

Desespero... Partes! extática deixo te ir .

Atravéz do tempo ...te procuro!

tendo apenas os lençois vazios

espalhados pelo chão.

Meus sentidos se chocam entre a escuridão e a claridade

Amanhece!...

Estou só irremediavelmente só, o quarto silencioso

reflete tua ausência tão patente.

Abro a janela deixando o sol entrar,

na esperança de te encontrar

na claridade luminosa da manhã, o tempo passa...

Caso ou acaso te encontro em meio a agitação do dia - a- dia

Procuro nos teus olhos!

A luz que me faz esquecer a escuridão e a solidão,

estão sombrios,!

andas ao meu lado tão idiferente, fugidio... Tenho medo...

de trair a emoção que sinto,

a necessidade da fuga se faz presente.

Fugir! para não te abraçar em meio a multidão.

Corro! do tempo, da claridade, me esqueço nas ruas!

que loucura!

Me encontro te amando tanto, tonta busco as sombras da noite,

um céu estrelado.

onde consegues fazer de nós dois, um ser somente.

Livres! amantes!

crianças , adultos, num mundo fantástico...

onde conseguimos anular o dia,

já que nele não nos pertencemos.

Somos dois fugitivos! de um mundo cheio de luz!

onde não posso dizer que te amo tanto,

se nem ao menos sabes que existo por você somente...

São Paulo, 01 de fevereiro de 1986.

Por: Darcy Bilherbeck

Bilherbeck
Enviado por Bilherbeck em 12/04/2011
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