Alma indefesa
Na mesa, meu café amargo esfria a esperar
Porque à mesa é você o que minha boca deseja
Chove atrás da janela e inundada está minha alma indefesa
O jornal aberto, a xícara completa, tudo é você nesse pesar
As gotas deslizam nos vidros, abundantemente
E uma imensa dor me acompanha intermitentemente
No cinema sou mais uma estranha apenas
Na escada rolante não existe mais o abraço carinhoso
Não há ombro que ampare nem aconchego bondoso
Nem olhar complacente com minhas manhas pequenas
Saudade de um tempo que acabou rapidamente
Um sorriso atrevido e palavras incandescentes
Um plano, um sonho...agora no passado estão
Bebo, amarga, o café gelado
Ele combina com meu coração