Por onde anda o romantismo?
Por onde anda o poeta
da mesa de bar cantando canções
debruçado no braço do seu violão?
Por onde o poeta seresteiro
que cantava ao pé da janela
de sua amada em noite enluarada?
Por onde anda o romantismo,
e aqueles versos escritos
num amarrotado papel de pão
ou num simples guardanapo?
E as velhas melodias que alimentavam
o poeta boêmio,
e suas canções eram só poesia?
Ah! A net engoliu a boemia
seu público agora é virtual!
E aquele freguês assíduo
que tomava todas acompanhando
seu repertório aplaudindo e pedindo bis?
Entendo poeta...
A violência quebrou as cordas
do seu violão, calou a sua voz
O seu público vive agora
engaiolado e saudoso.
Diná Fernandes