Não sei minha criança.
Não sei
minha criança
porque a lembrança
entrava
quando do abismo d’alma
já tombaram os meus olhos
da remota esperança.
Não sei
minha criança
porque a lembrança
canta incauta
se ninguém a viu nascer.
Muito embora
do lume dos teus olhos,
Veja a lava vulcânica
Nascer águias de fogo,
D’um reino eterno,
de calor e significado
claro e sem segredos.
E ao fechar os meus
retorna-me a dor
na escuridão
a levar-me teus olhos
numa distância
Sem fronteira
perdida na vertigem de teu corpo.
Não sei
minha criança,
Não sei quantas vezes morrerei
Ao seu lado.