FADO OU DESTINO
Canção triste e magoada
na voz sentida de um Povo.
Dedilhada nas cordas de uma guitarra
tão nossa e genuína,
em versos simples, sentidos,
fala de amores traídos, fugazes;
da saudade de quem parte,
do lamento de quem fica;
de alegrias e tristezas;
de ódios e paixões;
momentos da nossa História.
É o Fado!
nascido a medo em noites de luar
no peito de marinheiros,
tristes da lonjura de um beijo,
sedentos de um afago de mulher.
Não se conhecem os Pais.
Fez do negro a sua cor, como é negro
o chaile das mulheres que o acompanham.
Vivendo sempre na aventura,
da boémia e da loucura,
faz da noite o seu dia.
Percorrendo ruas e vielas,
entra em pobres tabernas,
petiscando um caldo verde
com vinho tinto e peixe frito,
ou em burgueses salões
de elegante repasto.
Em todos se sente bem
e a todos encanta no seu jeito de estar.
E a guitarra que o acompanha,
chora com ele dor tamanha
por tal Destino o marcar!