MAR DE CIUMES

Nas horas de tensão, de amargura, que a dor invade,
quando baixa na alma essa negra nuvem de queixumes,
sinto que queima todo meu corpo,essa triste saudade,
vejo me perdido num labirinto, sinto num mar de ciumes.

Que deixa minha vida tensa, nevoenta e tão incerta,
onde o cantar dos pássaros não tem sentido algum,
momentos em que sinto essa ferida mais aberta,
vejo me inerte, sem forças, para viver,motivo nenhum.

Esses instantes são trêmulos,medrosos e indecisos,
uma monotonia que pode durar minutos e até horas,
momentos que não sei para onde foram meus risos,
sinto que até o nascer das lágrimas são sonoras.

Até o brilho da lua dói, queima como um fogo insano,
vejo que trás mais forças, que aumenta a monotonia,
a alma chora, lamenta, e num esforço sobre humano
tenta consolar, se livrar da dor que o coração invadia.

E ver, e sentir que até as árvores ao meu redor gemem,
e sem ter onde refugiar, ter de enfrentar essa loucura,
todas as partes do corpo, cambaleantes tremem,
triste saber que não existe remédio para desventura.

Demora tanto para passar as horas, como são lentas,
e deixar passar o tempo, e anestesia para essa dor,
as saudades juntas, deixam as recordações em tormentas,
acabo dormindo, sempre sonhando com esse amor...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/04/2011
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