A SOMBRA DO MULUNGU

Minh’alma chora lágrimas

profundas

Que fazem pesar os pés

e andar mancos

entre os olhos alheios aos sorrisos

largos no rosto,

sem desgosto na voz:

Planto a semente do milho

depois subo a ver o mundo

dos galhos do mulungu.

E brinco com os caroços

Vermelho-sangue,

Fruto doce aos olhos serenos do

Sertão,

Cor de lua nova.

Desço a guardar a chuva

na casinha,

bela nos sonhos,

Pequena sob meus ombros

A comer o milho de sabor

Inigualável

Ao paladar do homem simples

Que sou eu

Semideus

Olhando tranquilo o

Tempo da sombra do

Mulungu.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 05/04/2011
Reeditado em 08/04/2011
Código do texto: T2892078