A SOMBRA DO MULUNGU
Minh’alma chora lágrimas
profundas
Que fazem pesar os pés
e andar mancos
entre os olhos alheios aos sorrisos
largos no rosto,
sem desgosto na voz:
Planto a semente do milho
depois subo a ver o mundo
dos galhos do mulungu.
E brinco com os caroços
Vermelho-sangue,
Fruto doce aos olhos serenos do
Sertão,
Cor de lua nova.
Desço a guardar a chuva
na casinha,
bela nos sonhos,
Pequena sob meus ombros
A comer o milho de sabor
Inigualável
Ao paladar do homem simples
Que sou eu
Semideus
Olhando tranquilo o
Tempo da sombra do
Mulungu.