A MESMA CASA

A casa já não é mais

a mesma

na certa foi reformulada

as paredes esqueceram os

velhos sussurros de amor.

Algo mudou: a casa, as paredes

as ruas que modificaram a

fachada, algo mudou.

As pessoas apressadas perderam

a história, os passos não

têm mais as lembranças nos

batentes,

as marcas feitas pelos joelhos

no chão, se foram com o

vento

e o choro pela distração.

As lágrimas a limpar o

caminho, só ficaram nos poros

e o calor dos corpos

passou com a estação.

A casa já não é mais a

mesma:

as paredes pintadas,

os homens caídos,

mostraram uma nova foto

sem rosto

um belo corpo sem razão.

A mesma casa mudou.

O brilho se foi com a

manobra

o velho se fez novo na

máscara

e não houve reconstrução.

Há uma casa, a mesma:

sem espaços e sem braços

à celebração.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 29/03/2011
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