A MESMA CASA
A casa já não é mais
a mesma
na certa foi reformulada
as paredes esqueceram os
velhos sussurros de amor.
Algo mudou: a casa, as paredes
as ruas que modificaram a
fachada, algo mudou.
As pessoas apressadas perderam
a história, os passos não
têm mais as lembranças nos
batentes,
as marcas feitas pelos joelhos
no chão, se foram com o
vento
e o choro pela distração.
As lágrimas a limpar o
caminho, só ficaram nos poros
e o calor dos corpos
passou com a estação.
A casa já não é mais a
mesma:
as paredes pintadas,
os homens caídos,
mostraram uma nova foto
sem rosto
um belo corpo sem razão.
A mesma casa mudou.
O brilho se foi com a
manobra
o velho se fez novo na
máscara
e não houve reconstrução.
Há uma casa, a mesma:
sem espaços e sem braços
à celebração.