Nesse tempo de pó.
Nesse tempo de pó, o que só consigo escrever é sobre saudade.
Sinto saudade de chorar, por qualquer algo, mas que acabe em um álbum ou em vídeos do Faustão.
Mas nessa escassez, só de pensar em chorar, as lágrimas já se secam.
É tão desagradável esse mecanismo que me encontro onde nem as lágrimas querem mais sair.
Às vezes dá vontade de jogar areia nos olhos para, quem sabe, eles começarem a lacrimejar. Sou tão tolo em acreditar no improvável...
Pergunta-me: Por que tudo isso? E eu digo: Você sabe o que é sentir saudade? Sentir saudade é como se fosse uma perda, algo que corrói você aos poucos. Como uma vela, você vai se derretendo e, quando ao menos vê, já se partiu. O mundo acabou para você. Você é apenas um vivo-morto. Nada tem mais sentido: o açúcar, o sal, vinagre; você perde o paladar da vida.
É triste, né?! Sim, é. Mas não tenha pena de mim, não preciso de sua pena para me sustentar em pé. Quem sabe eu compre um tri-pé!
Mas minhas lágrimas eram minhas melhores amigas, hoje se encontram num ardente fogo e ao mesmo tempo num gelo.